Capítulo
Dois
Cinco
meses já tinham se passado desde o incidente no parque. Temperance e Booth se
tornaram amigos inseparáveis. Angela e Cam, certo dia, estavam conversando
quando um assunto veio a tona:
-
Angela, você acha que o Booth consegue amolecer o coração da Dr. Brennan? –
Perguntou Cam curiosa.
-
Eu acho que ele já amoleceu. – Falou Angela sorrindo. – Ele conseguiu coisas
dela em cinco meses que eu em 6 anos não consegui.
-
Isso é verdade, mas tem uma coisa que eu acho estranho nele.
-
O que? – Perguntou Angela ansiosa pela fofoca.
-
Ninguém sabe quem ele era antes de ser agente do FBI, ou o que fazia. – Falou
Cam desconfiada.
-
Você acha que ele era... sei lá. Um cara do mal?
-
Não sei, ele é gente boa e mesmo que alguém viesse dizer que ele não prestasse
eu sinto uma paz inexplicável quando ele esta por aqui.
Angela
olhou assustada para ela e respirou fundo.
-
Você sente isso também?
-
Sinto. Por quê? Você também já percebeu?
-
Não só eu, mas o Hodgins também.
Elas
nada mais disseram e voltaram para seus trabalhos, mas a conversa que tiveram
não saia da cabeça delas. O que será que Booth tinha de tão especial para
transmitir um sentimento tão puro só em está num lugar?
Após
o almoço Cam sentiu uma calma a tomar e soube que Booth estava por perto e suas
suspeitas foram confirmadas quando escutou o característico grito dele:
-
BONESSS, vamos o corpo esta nos esperando.
-
Já vou, e pare de me chamar de Bones.
-
Por quê? Você é antropóloga, sua especialidade é ossos. Bones é um apelido
perfeito para você. – Ele disse e usou seu sorriso charmoso nela, sabendo que
isso iria distraí-la.
-
Não use esse sorriso charmoso comigo. - Balançando a cabeça e sorrindo ela se
dirigiu a saída, eles tinham um assassinato para investigar.
~.~
Ao
chegarem a cena do crime Temperance foi olhar o corpo enquanto Booth
interrogava o mendigo que tinha achado o corpo.
Após
se certificar que o mendigo não tinha visto nada de interessante ele foi até
Temperance.
-
Então, Bones..
-
Mulher, 25 á 30 anos. Já deu a luz, causa da morte desconhecida. - Falou ela. -
Temos que levar os restos para o Jeffersionan.
-
Bones?
-
Sim – Ela perguntou e o encarou.
Booth
tinha uma expressão confusa no rosto e encarava um plástico a poucos metros do
cadáver.
-
O que é aquilo? – Ele perguntou e apontou para o plástico.
-
É apenas um...
E
ela não terminou, sua visão capturou outra ossada, mas essa era menor e o que
imaginou fez ela se sentir desconfortável. Ao puxar o plástico a ossada de uma
criança apareceu. “Droga, detesto
trabalho com ossada de criança.”, pensou ela. E por um momento ela se viu
envolvida em tristeza, o que fazia ela se sentir mal. Mas então ela olhou para
Booth e o que viu a assustou, todo o brilho que ele tinha nos olhos tinha
sumido, e foi substituído por uma nevoa de tristeza.
-
Bones... é uma criança? – Ele perguntou baixinho.
-
Sim. É um menino, quase 5 anos. – Ela falou no mesmo tom. – Você está bem,
Booth?
-
Por que fizeram isso, Bones? – Perguntou ele. - Por que machucar uma criança,
um pequeno anjo?
E
antes que Temperance pudesse fazer qualquer coisa ele foi em direção ao carro.
Ela nunca tinha visto ele assim, tão... desolado, triste e perdido, como se aquela
criança pertencesse a ele. Tirando as luvas ela instruiu os peritos a
recolherem todos os materiais e as ossadas e foi em direção ao carro. Chegando
lá ela o encontrou perdido em pensamentos e quieto. Vendo que ele tinha deixado
a direção do carro para ela, Temperance deu a volta e voltaram para o
Jeffersionan. Durante todo o caminho ele permaneceu em silencio. Parando o
carro na porta do laboratório ela se virou para ele.
-
Booth, você está bem? – Ela perguntou com cautela.
-
Para falar a verdade, não. Eu não consigo entender... é muita crueldade. Como
podem matar crianças e depois abandoná-las como se fossem um objeto? – Ele
perguntou triste.
-
Eu... sinceramente, não sei. É sempre mais difícil trabalha com ossadas de
crianças. Eu tento me distanciar, mas mesmo assim toda vez que olho para
aqueles ossos tão pequenos é como...
-
Se tivessem tirando algo que é seu. – Completou Booth. – Como se aquela criança
fosse sua.
-
É. Eles tiraram o futuro dela e é nosso trabalho prendê-los e decidirmos o
futuro deles. – Ela falou e gentilmente tocou no braço dele. – Vamos pegar
eles, Booth.
-
Eu sei. – Ele tentou sorriu e colocou a mão por cima da dela.
~.~
Depois
que conversaram Booth voltou para o FBI e Temperance para o laboratório. O
trabalho estava intenso e todos se esforçavam ao máximo para encontrar os
culpados. Durante a investigação descobriram que a mulher era Catherine Duncan
e era atendente numa loja do centro da cidade, o garotinho era seu filho, ambos
tinham sido assassinados por um golpe forte na base do crânio, no início
pensavam que tinha sido o marido, mas ele estava em viagem na hora do crime.
Quase três dias depois eles descobriram que o cunhado de Catherine tinha a
matado por ciúmes do irmão. O pequeno Jael tinha visto todo o crime e infelizmente
não tinha sido poupado. Com todo o caso resolvido Booth falou com Arthur,
marido de Catherine e pai de Jael para informar onde seria o enterro que todos
queriam ir.
Na
manhã de sexta-feira eles se reuniram no enterro e assistiram toda a
celebração, aos poucos todos foram embora ficando apenas Arthur, Booth e os
squints.
-
Você sabia que o nome de seu filho era o nome de um anjo? – Perguntou Booth a
Arthur.
-
De anjo? Não. Quem o escolheu foi a madrinha dele. – Falou Arthur que tinha
lágrimas nos olhos.
-
O significado do nome dele é querubim que guarda a arca da aliança. – Falou
Booth. – Você já leu a bíblia? Na bíblia a arca que Noé construiu o salvou e
salvou sua família, sem contar todas as espécies de animais, quando o dilúvio
findou Deus disse que “Estabeleço uma
aliança com vocês”. O que ele quis dizer era que a partir daquele dia não
haveria mais dilúvio na Terra e os humanos estariam seguros.
-
E o que isso significa exatamente? – Perguntou Arthur curioso.
-
Durante a investigação não pude deixar de fuçar sua vida, desculpe, era o meu
trabalho. Mas eu descobri que estava com problemas antes do Jael nascer, mas
assim que ele nasceu suas vidas mudaram, estou certo?
-
Sim. – Falou Arthur voltando a chorar. – Depois que nos casamos a situação
ficou meio difícil, eu e a Cath brigávamos muito e quando descobrimos que ela
estava grávida foi como se uma dádiva tivesse caído sobre nossa casa e esses
cinco anos foram os melhores da minha vida.
-
Posso imaginar.
-
Mas o que isso tem a ver com o nome do meu filho?
-
Você sabe o significado de aliança? Quer dizer união. No casamento é a união de
duas pessoas, numa empresa é a união de sócios. Mas Jael era o guardião da arca
da aliança. Ele nasceu para que você e sua esposa ficassem unidos e não
quebrassem a aliança de vocês. – Falou Booth e tocou no ombro de Arthur. –
Fique tranquilo se eles passaram na sua vida era por um bom motivo. Guarde os
momentos bons e saiba que ainda há esperança.
Todos
ficaram mudos com as palavras de Booth, nenhum comentário foi dito.
Silenciosamente eles saíram do cemitério e deixaram para trás Arthur. Booth
olhou uma última vez para trás a tempo de ver Arthur pegando uma pena que tinha
caído.
Continua...
Wow o Booth falou lindamente *-*
ResponderExcluirEstá linda a fic!
^^
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