(Mentalist) So Close - Cap. 1

Capítulo Um

23 horas antes...

Jane chegou na CBI e viu os três agentes na mesa conversando sobre o último caso. Van Pelt e Rigsby estavam juntos num lado da mesa, Rigsby mantinha um braço protetor na parte de trás da cadeira de Van Pelt, Jane sorriu com a cena. Cho estava em frente ao casal, do outro lado da mesa, ele mantinha a face inexpressiva como sempre, mas em alguns momentos de diversão esboçava um pequeno sorriso. Deixando a cena de lado Jane olhou para a sala de Lisbon e não a viu. Achou estranho, ela sempre era a primeira a chegar, ele olhou novamente para o relógio, 8:45 a.m., sorrindo ele se voltou para os outros.

- Cadê a Lisbon? – Perguntou chamando a atenção dos demais.

Automaticamente os três olharam para a sala de Lisbon e em seguida negaram com a cabeça.

- Interessante – Ele falou e sorriu. Pegando o jornal Jane foi até o sofá e esperou.

~.~

Uma hora e meia depois Jane olhou novamente para sala dela e ainda continuava vazia. Pegou o celular e viu que não havia nenhuma mensagem ou chamada perdida.

Foi então que ele começou a se preocupar, ela não era de se atrasar desse jeito, no começo pensou que ela tinha tido um encontro na noite anterior, mas a demora era além dos limites. Indo em direção à sala dela ele sentiu uma ansiedade inexplicável, ao aproximar-se viu um envelope branco com seu nome escrito nele, e calafrios passaram por seu corpo.

Pegando o envelope ele viu suas mãos tremendo, respirando fundo ele pegou a carta que tinha dentro e começou a ler:

“Caro Patrick,

Posso perceber que você está preocupado com sua parceira. Claro que está, nesse momento está na sala dela lendo a carta que eu deixei para você. Imagino também que você demorou para entrar ai, ela estava atrasada e você percebeu, mas pensou que ela estivesse com alguém. Porem você viu que ela estava atrasada demais e isso te preocupou.

Jane se arrepiou e olhou em volta, seu coração corria angustiado e lágrimas encheram seus olhos. Tomando mais uma lufada de ar ele se concentrou em terminar o resto da carta.

Mas sem mais rodeios, meu caro, quero lhe avisar que sim, eu peguei sua querida parceira, Teresa Lisbon. Você tem que me entender, Patrick, nosso jogo estava ficando monótono, então... Porque não pegar uma pessoa que ambos gostamos para brincar com a gente?

Em breve mandarei um vídeo para o computador dela, essa será a prova que ela ainda está viva, mas assim que o vídeo terminar você só terá 24 horas para achá-la antes que eu a mate.” 

Perdendo as forças Jane desabou na cadeira de Lisbon e passou alguns minutos sem se mexer, algumas lágrimas molhavam seu rosto e ele se viu lembrando de todas as cenas com ela, os sorrisos, o rosto emburrado, os belos olhos verdes. E o medo o tomou, talvez ele nunca voltasse a ver aqueles olhos outra vez e antes que ele perdesse o controle ele chamou por ajuda.

- CHO, VAN PELT, RIGSBY. – Gritou desesperado.

Imediatamente os três apareceram na sala com armas em punho e rostos assustados.

- O que foi, Jane? – Perguntou Van Pelt e abaixou a arma.

- Ele a pegou. – Falou Jane num sussurro.

- Quem pegou quem? – Perguntou Rigsby confuso.

- A Lisbon... Red John pegou a Lisbon – Jane falou e entregou o papel a Cho.

Cho começou a ler em voz alta para que demais também escutassem e na última frase sua voz falhou.

- Vou mandar a carta para a análise. Van Pelt olhe o computador. Rigsby monte uma equipe de invasão para a casa da Lisbon, organize também uma equipe forense. – Falou Cho tomando a liderança automaticamente. – Quando o vídeo chegar nos chame, Jane. Precisamos assisti-lo... Juntos.

Todos confirmaram e foram fazer suas incumbências, Jane, porém mantinha-se em piloto automático, como se a “ficha” ainda não tivesse caído.

Quase quinze minutos depois um aviso apitou no computador e assustou tanto a Jane quanto Van Pelt.

- CHO. RIGSBY. – Chamou Jane e ambos entraram na sala e fecharam as persianas e a porta.

Van pelt deu play no vídeo. Tiger, Tiger. Começou e um fundo preto tomou conta da tela. Hello, Patrick. Uma voz modificada disse. Você já deve ter chamado seus amigos. Todos se entreolharam. Hi Kimball, Wayne, Grace. Ao ouvir seu nome Van Pelt se arrepiou e Rigsby a abraçou. Que bom que vocês estão ajudando o Patrick, ele não saberia por onde começar. Não é, Patrick? E uma risada encheu o ambiente. Queria muito continuar conversando, mas assim não seria tão divertido. Vou mostrar a Teresa, ela está bem... Por enquanto. A imagem mudou de novo e a câmera pegou a figura de uma pequena mulher, ela estava sentada numa cadeira e toda amarrada. Teresa Lisbon parecia tão frágil ali que Jane começou a hiperventilar e naquele momento ele se viu ainda mais culpado pelo o que estava acontecendo com Lisbon, assim como se sentia culpado por causa de Charlotte e Angela. Jane olhou melhor a imagem a procura dos olhos dela mais eles estavam vendados, e assim como cada passo que previu, Red John tirou a venda para que Jane os visse. E o que Jane viu o surpreendeu, não havia dor ou medo, apenas determinação e eles se encararam, como se a barreira da distância não existisse, como se aquele vídeo não existisse e só estivessem os dois ali naquele momento, e antes que alguém ousasse falar alguma coisa a voz forte e firme de Lisbon surgiu: Jane pare de se culpar e não deixe ele entrar na sua cabeça. Venha me buscar e mate esse ‘son of the bitch’. E antes que a tela escurecesse eles puderam ver Red John batendo na face de Lisbon. Um silêncio reinou na sala por alguns segundos e então Cho saiu do ‘transe’.

- Vamos, precisamos ir ao apartamento de Lisbon, precisamos de pistas, só temos 24 horas agora. – Ele disse e saiu da sala.

Rigsby saiu da sala também e foi reunir as equipes para a invasão, Van Pelt começou a digitar no computador atrás do IP do local que enviou o vídeo. Porem Jane continuou onde estava, olhando para o vazio e perdido em pensamentos. E seu único pensamento no momento era: “Preciso salvá-la”.

Continua...